quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Polêmica do gato morto | ANIMAIS | Geral - Diário de Santa Maria

Polêmica do gato morto

Versão macabra circulou na Internet, onde os alunos são alvo de ameaças

Havia um gato, um gato preto, que circulava pelo campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A existência do bicho foi confirmada pelo estudante que o matou, alegando que só tomou tal atitude porque pretendia reduzir o sofrimento do bichano, que teria sido encontrado à mingua pelo rapaz no setor de suínos do curso de Zootecnia da Federal, no cair da tarde do dia 19 de novembro.
A morte virou o assunto da última semana no Centro de Ciências Rurais e, na Internet, disseminou-se como um spam. Na rede, o fim do felino ganha requintes de crueldade, e um estudante de 25 anos, aluno do mestrado da Zootecnia, e outro estudante da graduação de 22 anos – que teria colaborado com o gaticídio – viraram alvo de toda ordem de impropérios e até de mensagens ameaçadoras em seus perfis e na comunidade da Zootecnia no site de relacionamentos Orkut. Isso porque os dois jovens são apontados como protagonistas de uma barbárie.
Os e-mails dão conta de que os universitários teriam torturado o gato com garfos e facas, durante um churrasco, até darem cabo de sua vida. Os maus-tratos teriam sido, inclusive, presenciados por outros estudantes do curso. A versão macabra da história ganhou força quando estudantes de Medicina Veterinária souberam que uma cabeça de gato havia sido encaminhada para análise no laboratório de patologia animal do Hospital Veterinário da UFSM. O rebuliço estava formado.
Diante da repercussão do caso, os dois universitários resolveram contar sua versão dos fatos e registrar as ameaças na polícia. O mestrando não nega que tenha matado o animal, mas explica que o fez porque o bicho estaria agonizante.
– Ele caminhava meio desengonçado, mal mesmo fisicamente. Aí, peguei-o para ver o que tinha. Peguei uma faca e fiz a sangria, para evitar que ele ficasse sofrendo. E quando fiz isso, não fiz questão de mostrar – contou o estudante de pós-graduação, rebatendo acusações de que teria exibido o gato morto aos risos.
Exame – O gato, segundo o jovem universitário, acabou lhe dando uma mordida na mão, nada muito profundo, já que mal conseguiria se manter em pé. A agressão do bichano exigiu que o estudante buscasse ajuda médica, para se certificar de que não sofreria as consequências de uma possível contaminação por zoonoses. Então, foi orientado a levar a cabeça do animal para análise. Como os restos mortais do bichano ainda estavam na composteira (local para o manejo de materiais orgânicos) do setor de suínos, ele pediu que o estudante da graduação separasse a cabeça do gato para levá-la ao Hospital Veterinário, onde seria avaliado se o bicho tinha raiva, uma doença contagiosa.
– Se eu quisesse esconder alguma coisa, não teria nem deixado a cabeça lá – pondera o mestrando, que, tal qual fez o estudante de graduação, deixou de frequentar a universidade por alguns dias pelo receio de ver as ameaças virtuais se tornarem reais.
bruna.porciuncula@diariosm.com.br

BRUNA PORCIÚNCULA

Morte de gato causa polêmica na UFSM, em Santa Maria | Geral - Diário de Santa Maria

O Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) anda em polvorosa com uma história que ganhou força na Internet. Dois estudantes _ um de graduação e outro do mestrado _ do curso de Zootecnia são apontados como autores da morte de um gato preto, que apareceu no setor de suínos, no campus.

Na versão que circula por e-mails e rendeu uma série de ofensas aos dois rapazes em seus perfis no site de relacionamentos Orkut, a dupla é apontada como responsável por agredir e torturar, com garfos e facas, um gato preto, durante um suposto churrasco no dia 19 de novembro. O estudante de pós-graduação confirmou que matou o animal, mas alegou que tomou a atitude porque o bichano estaria agonizando, praticamente à beira da morte.

A UFSM abriu uma sindicância para apurar o que ocorreu. Os dois estudantes, que chegaram a se afastar por alguns dias de suas atividades na universidade, registraram as ameaças e as ofensas na polícia e pretendem buscar, na Justiça, uma reparação pública daqueles que os acusam e indenização por danos morais.