sábado, 30 de abril de 2011

Tratamento correto evita que animais sofram com as superbactérias

 

By Fernanda Borges

Tratamento correto evita que as bactérias fiquem resistentes. Foto: Stock.xchng

Um problema que tem movimentado a comunidade médica pelo mundo é o aumento das superbactérias. Isso porque algumas doenças passaram a ser resistentes aos antibióticos disponíveis no mercado e o tratamento para erradicação do mal está mais difícil. E essa realidade não vale apenas para os seres humanos, já que os bichos também correm os mesmos riscos.

Segundo a diretora do Hospital Pet Care, Carla Alice Berl, esse é um quadro que está crescendo entre os animais. “Infelizmente, o problema é cada vez mais frequente no universo veterinário”, diz. De acordo com a médica, a questão está quase sempre está ligada à interrupção do tratamento antes do prazo estabelecido pelo veterinário, à dificuldade em se administrar as doses corretas e medicação sem orientação do especialista.

Quando tratados corretamente, os cães e gatos com infecções apresentam melhora significativa dos sintomas, mas isso não significa que infecção bacteriana foi sanada. Com esta aparente melhora do animal, o dono acaba parando a medicação. “Neste momento em que estamos quase ganhando a briga contra a bactéria o medicamento para de ser administrado. Aí o vírus que ainda não foi erradicado totalmente pode se recompor e se tornar resistente”, explica Carla.

As doses e os horários do remédio devem ser rigorosamente seguidos. “Às vezes, pela dificuldade em medicar o animal, o dono não consegue fornecer a dosagem recomendada ou seguir os intervalos estipulados e isso reflete no tratamento”, afirma a médica. Um vírus só é exterminado de vez com o tempo estipulado, mas às vezes pode demorar um pouco mais. “Por isso, é importante que o dono retorne com o bicho após o término, para que ele seja novamente avaliado. Se necessário, uma nova dose será aplicada. Só o veterinário pode dar alta ao animal”, diz.

Outro ponto importante, segundo Carla, é que haja moderação na administração de antibióticos. “A bactéria é uma célula, que se divide. Quando um antibiótico é aplicado de forma irregular, essa célula pode adquirir resistência a ele. Depois, quando for necessário aplicar outra dose do remédio, ele pode não fazer mais efeito e o vírus se fortalece”, afirma a veterinária, que pede aos colegas de profissão que deem a devida atenção ao caso, pois as superbactérias em bichos podem se tornar um problema mundial.

Veja o tempo mínimo de tratamento  (lembrando que a visita ao veterinário é indispensável):

+ Infecções bacterianas de pele e ouvidos: as otites e piodermites em animais de estimação devem ser tratadas no mínimo 15 dias com antibiótico, podendo se estender durante meses até que o veterinário detecte a erradicação da bactéria;

+ Infecções de trato urinário: para as cistites e pilonefrites recomenda-se um tratamento mínimo de 21 dias com antibiótico, assim como nas mordeduras e feridas sépticas, podendo se estender meses de tratamento;

+ Para infecções ósseas: nas osteomielites, a antibioticoterapia é realizada por tempo indeterminado até haver completa resolução diagnosticada por radiografia.

* Hospital Veterinário Pet Care: Avenida Giovanni Gronchi, 3001 – Morumbi – SP. Telefone: (11) 3743-2142.

FONTE: http://blogs.band.com.br/animal/